Antes de morrer, em 21 de agosto de 1989, Raul Seixas havia amargado uma década onde comeu o pão que o diabo amassou.
A turnê rendeu a Raul Seixas um contrato para gravar um novo álbum pela WEA com Marcelo Nova e sua banda de apoio, Envergadura Moral. Ali naquele momento, com pose de artista, eu aproveitava e bebia enquanto o cara achava que eu era o Raul Seixas e não um bêbado…” Raul estava no fundo do poço e precisava de um amigo. Era a manhã de 21 de agosto de 1989, uma segunda-feira. O álbum foi um fiasco de vendas e crítica. Mesmo às turras com a censura ainda vigente, seu grupo vendeu quase 500 mil cópias entre seus dois discos lançados em 1986, “Viva” e “Correndo o Risco”. No mesmo ano de 1982, Raul passou por altos e baixos. Em 1983, foi convidado pela Globo a participar do especial “Plunct-Plact-Zum!”, no qual interpretaria o papel do Carimbador Maluco. Em 1978, devido a seu consumo inveterado de álcool, o cantor passou por um procedimento cirúrgico no qual teve parte do pâncreas removido. O fim da década de 1970 também viu sua parceria lendária com o escritor Paulo Coelho terminar em meio a brigas. Após o período de sucesso estrondoso dos anos 1970 durante o qual solidificou sua imagem para as gerações subsequentes, o cantor começou a sofrer com o alcooslimo, que pesava negativamente em sua carreira. Mesmo sendo ainda capaz de produzir sucessos de vendas, passou a maior parte da década sem um contrato com uma gravadora, tamanha sua infâmia.