Brasil

O Brasil se tornou independente em 1822, há 200 anos. Mas, na visão de estudiosos como Boaventura de Sousa Santos, a real independência ainda está por vir.

Podiam estudar todas as outras e assim haveria mais gente sensibilizada porque além do agronegócio há a agroecologia que é fundamental para transição. Quando o debate era sobre as ações afirmativas e o sistema de cotas, eu socorri-me fundamentalmente na Sueli Carneiro. Como eles influenciaram seu pensamento e qual a importância de referenciá-los? Ela é a nossa mãe e temos que respeitá-la, não podemos destruí-la. Há uma senhora na ocupação que é uma mulher de esquerda e é evangélica. Boaventura: As epistemologias do sul são fundamentais para evitar a catástrofe ecológica que se apresenta. É isso que a gente por vezes até nas políticas de esquerda não entende. Aí é que entram as epistemologias do sul. Enquanto para o pensamento eurocêntrico dominante nas economias mais desenvolvidas a natureza nos pertence, para os povos indígenas, camponeses, populações ribeirinhas, nós pertencemos à natureza. Nós tínhamos a obrigação de ter uma relação mais cordial com o mundo. Me ensinaram que eu não podia ser nunca um intelectual de vanguarda: costumo dizer que sou um intelectual de retaguarda. Foram eles que de alguma maneira mantiveram a minha integridade, porque eu vi que eu podia ser útil, mas só se soubesse aprender deles.