Crítica

2022 - 12 - 10

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Image courtesy of "Portal do Jornal A Crítica de Campo Grande/MS"

'Todo país deveria proteger a sua produção nacional' (Portal do Jornal A Crítica de Campo Grande/MS)

Próximo dos 90 anos, cineasta fala sobre o conflito entre cinema político e streaming; diretor grego ganhou fama com 'Z', Oscar de filme estrangeiro em 1969 ...

A palavra não é "comunismo" e, sim, "democracia", que está em xeque em muitos lugares - como se viu com a presença de Trump no poder. Não é a perspectiva cultural que guia os projetos e, sim, um interesse econômico, o que dá a esses streamings a margem de influenciar no trabalho dos criadores de conteúdo, de modo a agradar a quem interessa: os assinantes. As narrativas são políticas por falarem de como lidamos com as pessoas a nossa volta. E a pergunta que mais me vem à cabeça é: "Uma série é algo fora da arte?" A primeira exibição se deu em agosto, no 75º Festival de Locarno, na Suíça, no qual o diretor recebeu um Leopardo de Ouro honorário, pelo conjunto da carreira. Mas como fica essa liberdade em um projeto que possa ir para o streaming?

Crítica | Stargirl – 3X12: The Last Will and Testament of Sylvester ... (Plano Crítico)

Sempre soube da conexão quase que literalmente umbilical de Geoff Johns com Stargirl, sua criação em homenagem à sua irmã mais nova Courtney, falecida em um ...

The Last Will and Testament of Sylvester Pemberton, mesmo em uma temporada irregular, é um baita penúltimo episódio que acerta na forma como faz os encaixes necessários para a solução dos mistérios e abre espaço para boas interpretações de seu elenco. Sim, reconheço que a introdução do gorila branco com o que agora sabemos é o cérebro do Rei Dragão foi tardia e que o retorno do Geada, apesar de fazer um bom movimento circular na série, retornando à sua Ela pode ser a adolescente inocente que sempre vê o lado positivo nas pessoas, por mais que elas não mereçam, mas é visível como ela vinha se desenvolvendo temporada a temporada, chegando a um bom momento no penúltimo episódio que novamente abre um pouco de espaço para Se pensarmos na lógica do histórico do Ultra-Humanoide como uma atriz que ganhou o prêmio máximo de sua arte, temos a perfeita desculpa “de quadrinhos” para aceitarmos que o vilão estava o tempo todo atuando como Sylvester Pemberton, com o requinte de a explicação oferecida ainda lidar com a forma como o Ultra-Humanoide aprendeu a ser Pemberton, ou seja, entrevistando todos aqueles que foram importantes em sua vida. No entanto, apesar do histórico do showrunner na [DC Comics](https://www.planocritico.com/tag/dc-comics/) e de suas raízes profundas nos quadrinhos, além da boa qualidade geral da série, é em The Last Will and Testament of Sylvester Pemberton que vejo o momento mais puramente HQ de toda a série (para além das sequências de pancadaria), em duas reviravoltas encadeadas de explodir a cabeça que, surpreendentemente, fazem absolutamente todo sentido. Quando eu relativizo o “todo sentido” que eu mesmo usei acima, apenas quero dizer que não parei para pensar nos detalhes da forma como o Ultra-Humanoide, no corpo de Sylvester Pemberton, conseguiu infiltrar-se na família Dugan-Whitmore, pois isso, muito sinceramente, é completamente irrelevante (e caçar furos em filmes é séries é, como sempre digo, a pior maneira de se fazer análises).

Crítica | O 8º Doutor: Guerra do Tempo - 2ª Temporada - Plano Crítico (Plano Crítico)

Mantendo a dinâmica de 2 boas histórias e 2 outras histórias estranhas e não tão interessantes assim, a 2ª Temporada de The Eighth Doctor: Time War expande ...

É uma trama sobre a reescrita da história de um planeta inteiro e a demonstração de que o comportamento dos Time Lords, durante a guerra, realmente se equiparou ou superou o dos Daleks. Meu desgosto com esse capítulo é porque ele quebra uma linha de abordagem muito bem pensada nos enredos anteriores, com o Doutor e os principais personagens em situações difíceis, ligadas à guerra, e que precisavam de uma intervenção. A grande criatura dos oceanos do planeta Uzmal é inicialmente usada como uma ótima arma, mas o desfecho com ela é anticlimático. E nessa altura dos acontecimentos, é um sentimento que o Doutor, Bliss e todo o Universo verdadeiramente precisa. O projeto ainda serve como uma inteligente antecipação da fantástica [The War Doctor](https://www.planocritico.com/tag/the-war-doctor-series-big-finish/), fazendo com que o espectador perceba a mudança de personalidade no 8º Doutor, os inúmeros conflitos éticos e morais que ele precisa enfrentar durante suas andanças pela guerra, e em como ele, que se recusa a ser um soldado, toma as decisões direcionadas ao salvamento do maior número de vidas possível nessa situação. É o primeiro episódio “um tanto sem graça” da temporada, passando-se em um cenário onde os personagens vivem com a memória apagada, sem saber exatamente quem são, e vigiados pelos Daleks. [Guy Adams](https://www.planocritico.com/tag/guy-adams/), temos o surgimento de dois personagens maravilhosos. É um cenário distópico, parecido com o de uma ditadura, de um governo grandiosamente opressor que mantém uma população alienada, trabalhando como escrava, em troca da proteção frente a um inimigo; nesse caso, os Daleks. O segundo é a maravilhosa, a insuperável personagem The Twelve, vivida pela grande atriz britânica [Julia McKenzie](https://www.planocritico.com/tag/julia-mckenzie/). [Jonathan Morris](https://www.planocritico.com/tag/jonathan-morris/), que é uma história familiar transformada em uma narrativa de guerra. Não é um episódio ruim, porque The Twelve brilha nele, em seu processo de retomada da memória e de tentativa de escapar da vigilância e prisão dos Daleks. Aqui, há uma estranha passividade do Time Lord e uma repetição de ações que torna os 50 minutos do episódio bastante cansativos.

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Image courtesy of "Gamer Point"

Crítica: O Território (Gamer Point)

A crueldade humana, a partir do maquinário predatório, passam a ocupar o chão que, no início de 'O Território', era dos pés e das pernas de crianças ...

E que contaram ainda com a anuência de um governo abertamente contra o meio ambiente, o ativismo e os povos originários. Vencedor do Prêmio do Público e do Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance 2022, ‘O Território’ é um filme sobre legados. E, para o espanto geral de Batité e Neidinha, mesmo que depois do passado e ainda antes do futuro, é no presente que pode residir e reside o maior perigo para a tribo, para as terras, para Neidinha, Batité e suas famílias: e eleição presidencial brasileira do ano de 2018. Com o fascismo norteando as ações, mandos e desmandos a partir do salão presidencial, sabemos que o aumento no número de queimadas, extrações indevidas, invasões de terras e outras insanidades ambientais aprofundaram-se no Somos convidados a atestar o holocausto ambiental das terras que, muito antes de “serem” das cidadãs e cidadãos do Brasil, pertenciam aos seus reais benfeitores — pois sempre foram mais que proprietários, estando além e acima disso —, os povos originários, como os uru-eu-wau-wau. Se Batité, por exemplo, olha para trás ao conversar com o seu avô sobre os perigos que sua tribo já enfrentou no passado, Neidinha vislumbra o pesadelo do futuro que pode existir para a sua filha se ela, por tabela, for vitimada pelo ativismo ambiental de sua mãe.

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