Enquanto o mundo notava as primeiras evidências do surf na remada em Jaws, Márcio Freire, baiano então com 36 anos, era um pioneiro no assunto.
Uma hora virá aquela onda em que eu vou mostrar meu valor, porque sei que tenho talento, que pego bem de backside, que tenho uma linha boa – até porque aprendi a pegar onda grande de backside. Eu acho que poderia, sim, estar numa situação melhor do que alternate, mas esse é o primeiro ano do evento e ainda não demonstrei muito indo para a direita, ainda não deu para pegar uma onda como a do Danilo, que levou o “Ride of The Year” do XXL. Acho que ninguém ainda pegou um tubo grande e perfeito em Jaws de backside. Mas tenho que lembrar que, quando os caras chegaram aqui indo para a direita, eu não fui. Na primeira vez em que entrei lá, pensei: “Eu moro aqui em Maui, não tenho dinheiro para viajar o mundo e pegar onda o ano todo”, então eu decidi focar em Jaws. Não que eu seja o pioneiro número um, mas eu fui uma pessoa importante na história da remada em Jaws. “Acho que ninguém ainda pegou um tubo grande e perfeito em Jaws de backside. No finalzinho de tarde, que era a hora que o mar iria bombar mesmo, começaram a vir as ondas maiores. O Danilo e o Yuri pegavam de tow in direto lá, mas o Danilo sabia que o lugar tinha um potencial para remada. Em março de 2011, Shane Dorian veio pela primeira vez usando aquele colete inflável e pegou um tubo monstruoso – mas não saiu – que quase tirou o prêmio XXL da mão do Danilo. No inverno seguinte, eu e o Danilo fizemos uma sessão em janeiro, que estourou no Eu queria mostrar para mim mesmo que podia evoluir na remada sem perder o foco para fazer tow in.