Invasão do Capitólio

Em 2021, Bolsonaro disse que Brasil teria "problema pior" do que invasão do Congresso nos EUA; bolsonaristas fizeram terrorismo em Brasília.

Na madrugada desta segunda-feira (9/1), 0 [governador do DF, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo por 90 dias por ordem do STF](https://www.metropoles.com/brasil/moraes-manda-afastar-ibaneis-rocha-do-cargo-de-governador-do-df-por-90-dias). [bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes](https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/lula-decreta-intervencao-federal-na-seguranca-publica-do-df-para-conter-bolsonaristas). O ato golpista em Washington estimulado pelo ex-presidente [Donald Trump](https://www.metropoles.com/tag/donald-trump) havia acontecido na véspera da declaração de Bolsonaro. Viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro, penúltimo dia de mandato. Acontecia a sessão de certificação do resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos. Foi uma das diversas vezes em que o ex-presidente atacou, sem qualquer prova, o processo eleitoral.

O ex-presidente Jair Bolsonaro anteviu, ainda em 2021, os atos de terrorismo promovidos por seus apoiadores neste domingo. Ao comentar com correligionários ...

Na mesma conversa, Bolsonaro já havia dito que a raiz dos problemas atuais nos Estados Unidos foi "falta de confiança" no voto. O ex-presidente ainda associou o atos de vandalismo à esquerda, disse que depredações "fogem à regra" e criticou o presidente Lula. À época, ao contrário de diversas lideranças mundiais, Bolsonaro não repudoiu a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, ocorrida em Washington, que interrompeu por horas a sessão que confirmou o resultado da eleição. A declaração foi dada no dia 7 de janeiro de 2021, um dia após os atentados dos "trumpistas" ao Capitólio. Lá o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente que votou três, quatros vezes. O ex-presidente Jair Bolsonaro anteviu, ainda em 2021, os atos de terrorismo promovidos por seus apoiadores neste domingo.

Após a invasão do Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, por seguidores de Donald Trump insatisfeitos com a derrota eleitoral, ...

Mas no dia D, na hora H, foi muito mais fácil invadir e destruir os três prédios do que conseguir um convite para a Farofa da GKay. Concordei explicitamente com Bolsonaro neste espaço, em janeiro de 2021, afirmando que o que ocorrera nos EUA era um exemplo leve do que poderia ocorrer aqui dois anos depois. Bolsonaristas que foram generosamente armados pelo presidente nos últimos anos, indo às ruas e encontrando com soldados, cabos e sargentos simpáticos ao "mito" não seria algo bonito de ser ver. Com a posse de Lula, as aglomerações nos quartéis reduziram-se de tamanho, mas o golpismo tornou-se mais agressivo e disposto a ir às últimas consequências. Por aqui, a invasão da sede dos três poderes ocorre com Lula administrando o país, ou seja, uma clara tentativa de golpe de Estado. A organização do ato terrorista brasileiro ocorreu à luz do dia, em convocações em redes sociais e aplicativos de mensagens, durante semanas.

Não é mera coincidência que cenas vistas em Brasília lembrem o que aconteceu há dois anos no Capitólio dos EUA: mensagem de que 'Lula roubou eleição' vinho ...

E chamou as pessoas que invadiram os prédios de "lutadores pela liberdade". , e alegando ter contatos no Brasil. Jamie Raskin, membro do Partido Democrata da Câmara dos Representantes e membro do comitê que investigou a invasão do Capitólio, chamou os manifestantes brasileiros de "fascistas que se espelharam nos desordeiros de Trump de 6 de janeiro" em um tuíte. Uma reunião em novembro entre o ex-presidente e um dos filhos de Bolsonaro no resort de Trump na Flórida expôs os laços entre o ex-presidente e o movimento de Trump. Mas Bannon espalhou rumores infundados sobre fraude eleitoral, como vinha fazendo havia semanas. Ali Alexander, um ativista que emergiu após a eleição de 2020 como um dos líderes do movimento pró-Trump "Stop the Steal" ("parem de roubar", em tradução livre) , insuflou a multidão, escrevendo: "Façam o que for necessário!"

Os bolsonaristas radicais invadiram e destruíram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, na tarde desta domingo (8).

Pouco mais de dois anos após a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, o Brasil viu ontem a invasão bolsonarista ao Congresso Nacional, Palácio do ...

No entanto, ainda segundo o jornal norte-americano, muitos réus acusados receberam apenas algumas semanas de prisão ou até mesmo nenhum dia sequer. As acusações aos manifestantes norte-americanos do dia 6 de janeiro de 2021 continuam a crescer e, até o momento, foram feitas 950 prisões. Os casos que renderam as penalidades mais duras foram os de agressão.

Peça central no ataque ao Capitólio, estrategista da direita mandou mensagens em apoio aos atos terroristas em Brasília.

Desde então, cerca de 880 pessoas foram presas em conexão com a violência, com mais de 400 confissões de culpa. O incidente terminou com cinco mortes e deixou mais de 140 policiais feridos. Uma das hashtags, #BrazilianSpring, fazia referência à Primavera Árabe, uma onda de protestos contra ditaduras em países do Oriente Médio e Norte da África. Assim como outros assessores de Trump, não demonstrou qualquer consternação e ajudou a espalhar rumores infundados de fraude eleitoral. “Olhe para os grandes patriotas do Brasil, eles se colocaram em risco”, diz o político americano na gravação em que critica as urnas eletrônicas. Figura central no ataque nos EUA, Steve Bannon, ideólogo da nova direita radical populista e ex-assessor de Donald Trump, também teve uma importância para os atos no Brasil.

Quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram primeiro o Congresso Nacional, e depois o Palácio da Alvorada e o Supremo Tribunal Federal (STF) ...

Outra diferença é que Bolsonaro, apelidado pela mídia internacional de “Trump dos Trópicos”, não seguiu à risca o manual do colega e não estava em Brasília, como Trump estava em Washington, durante o ataque. Esses esforços culminaram, no domingo, em uma tentativa de seus apoiadores anularem, por meio da invasão da Praça dos Três Poderes, os resultados da eleição do Brasil e devolver o ex-presidente ao poder. A segurança do Distrito Federal estava a cargo de Anderson Torres, ministro da Justiça de Bolsonaro, e policiais militares indiretamente subordinados a ele não só permitiram as invasões, como foram flagrados filmando os atentados. [Donald Trump](https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/donald-trump), do Partido Republicano, forçou sua entrada na sede do Congresso americano após um comício do líder, na tentativa de impedir a certificação dos resultados da eleição – que ele perdeu – pelo legislativo. Os aliados de Trump, que ajudaram a espalhar informações falsas sobre as eleições de 2020, também trabalharam para semear dúvidas nos resultados das eleições presidenciais do Brasil em outubro. O estado de espírito dos invasores em ambos os casos parecia ser semelhante.

Assim como os terroristas que promoveram a invasão do Congresso americano, bolsonaristas radicais não aceitam os resultados das urnas no Brasil e pedem um ...

- Dia dos ataques: Ao contrário do Capitólio nos EUA que estava repleto de parlamentares e servidores, além do então vice-presidente, Mike Pence, em meio à realização de uma sessão oficial, os edifícios do Planalto, do Congresso e do STF estavam vazios. - Violência e vandalismo: Nos dois casos, os radicais agiram com violência e houve quebra-quebra. - Alvo das invasões: Nos Estados Unidos, o alvo dos terroristas foi o Capitólio, que é o centro legislativo americano. - Objetivo dos atos: Nos EUA, os manifestantes invadiram o Congresso durante a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral para impedir a confirmação da vitória de Joe Biden. Veja abaixo mais imagens que mostram momentos similares das duas tentativas de afrontar a democracia nos EUA e no Brasil: Tanto os terroristas americanos quanto os brasileiros são de direita e defendem pautas conservadoras.

A invasão do Capitólio dos Estados Unidos foi um episódio de violência política durante o processo de transição de governo entre o presidente Donald Trump e ...

O Capitólio foi projetado por William Thornton e foi construído entre 1793 e 1801. O Capitólio dos Estados Unidos é o edifício-sede do Congresso Americano, composto pelo Senado e pela Câmara dos Representantes. O episódio também levou a um segundo pedido de impeachment do presidente Trump pelo Congresso dos Estados Unidos.

Na ocasião, uma turba de partidários do então presidente Donald Trump, do Partido Republicano, forçou sua entrada na sede do Congresso americano após um comício ...

Após meses de alegações de fraude, uma multidão enfurecida de seus apoiadores vai ao ataque de instituições do governo. Esses esforços culminaram, no domingo, em uma tentativa de seus apoiadores de anular, por meio de um ataque na Praça dos Três Poderes, os resultados da eleição do Brasil e devolver o ex-presidente ao poder. A aproximação não é à toa.