Passar 15 dias por mês dentro da floresta, sem cama nem banheiro e com escassez de recursos para o tratamento dos pacientes —condições que afastam a maioria dos ...
A média de permanência é de 322 dias para formados no Brasil e 733 dias para graduados no exterior. Para Vanessa Campagnac, gerente de dados e comunicação do República.org, é preciso investir na formação de profissionais. "Depois de um tempo, comecei a separar R$ 600 do meu salário todo mês para comprar e levar alguns remédios e insumos básicos." "Não tinha ninguém para me ajudar a carregar. O medo de morrer e a sensação de impotência de não poder salvar seus pacientes fizeram a médica desistir. "Era uma bebê de 4 meses com problemas respiratórios.
Medo de morrer e a sensação de impotência por não poder salvar seus pacientes fizeram ela desistir do trabalho na terra indígena após 11 meses.
“Espero que agora os gestores façam o trabalho que acredito, que realmente se preocupem com os indígenas. “O DSEI fazia contratos com empresas de táxi aéreo e contratavam um número de horas de voo para o ano. Em outro episódio, a médica foi acionada para ir até uma área mais afastada do território fazer o resgate de um indígena ferido. Fiz o que pude, mas não tinha oxigênio, não tinha maca, não tinha nada”, diz. O medo de morrer e a sensação de impotência por não poder salvar seus pacientes fez a médica desistir momentaneamente do que considerava uma missão. Coloquei o paciente numa rede e fui puxando por um quilômetro até o helicóptero. Depois descobri que a comunidade já havia acionado o resgate há horas e só haviam me enviado depois de muito tempo. Depois de um tempo, comecei a separar R$ 600 do meu salário todo mês para comprar e levar alguns remédios e insumos básicos”, conta. O relato de Carla mostra por que a fixação de médicos nesses territórios tornou-se mais difícil nos últimos anos. “Os gestores sempre falavam que mandariam (os insumos), mas a gente ia para o atendimento e não tinham enviado. Quando passou a atender dentro da terra indígena, Carla encontrou uma situação de completa escassez. Graduada em 2016, a médica de 34 anos decidiu que faria a sua carreira atendendo populações negligenciadas.
Quando Carla Cristina Ferreira Rodrigues soube, em 2021, que havia sido aprovada no programa Mais Médicos para atuar em unidades de saúde dentro do ...
Em outro episódio, a médica foi acionada para ir até uma área mais afastada do território fazer o resgate de um indígena ferido. Das 27 vagas existentes hoje no Mais Médicos para atuação no DSEI Yanomami, 19 estão vazias, segundo o Ministério da Saúde. Tivemos de nos esconder no banheiro e pedir resgate”, afirmou. “Quando cheguei, havia nove médicos no território, todos intercambistas do Mais Médicos que não tinham revalidado o diploma e, por isso, não podiam atuar fora do programa. Mesmo preparada para as dificuldades, Carla deixou o trabalho 11 meses depois. Graduada em 2016, a médica decidiu que faria a sua carreira atendendo populações negligenciadas.