Apuração Carnaval 2023 rj

Equilíbrio no topo deve marcar apuração do Carnaval de 2023 das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.

O Império Serrano encarou a frieza da Sapucaí na abertura dos desfiles do Especial no domingo, mas ainda assim entregou uma carga de emoção com a homenagem a Arlindo Cruz. Um dos melhores desenvolvedores de enredo do Carnaval do Rio, o bom contador de histórias Jack Vasconcelos, fez um desfile mais convencional. A escola de Nilópolis sofreu com problemas de evolução, mas soube virar o jogo durante o desfile depois de um incêndio no abre-alas. Não aconteceu uma catarse, e o samba pareceu não render o que os fãs da obra – os quitandinhers – esperavam. A água usada apagar o incêndio esfriou o ânimo no início do desfile, mas logo a Deus da Passarela se recompôs e deu mais uma aula de canto e samba. Seguindo na parte sonora, a Mangueira levantou a Sapucaí já na manhã de segunda-feira com um sambão sobre a baianidade musical feminina. O recorte do enredo vale o destaque: em vez de simplesmente mostrar Zeca, os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad traduziram o sambista em signos como piso de caquinhos e São Jorge. Na parte plástica, a dupla Guilherme Estevão e Annik Salmon superaram as dificuldades e entregaram um trabalho seguro e acertado, com fácil leitura do enredo. Prepara o seu coração, que lá vem – provavelmente – a apuração mais emocionante dos últimos anos no Carnaval do Rio de Janeiro. Pouco falado no pré-Carnaval, o Tuiuti falou da cultura paraense, Mestre Damasceno e búfalo-bumbá numa apresentação de estética suntuosa assinada pela dupla de carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo. Ainda na seara dos enredos, a Imperatriz teve a história sobre a saga de Lampião post mortem um dos seus principais pontos fortes. A Vila Isabel trouxe um Paulo Barros inspirado em fantasias e alegorias, sem abrir mão de algumas marcas próprias.