Filme recebeu três indicações ao Oscar, incluindo ator, e evoca Tennessee Williams ao contemplar hipocrisia da sociedade.
["A Baleia" foi indicado para o Oscar](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/01/oscar-2023-anuncia-seus-indicados-nesta-terca-acompanhe-ao-vivo.shtml) de melhor ator (Fraser), atriz coadjuvante (Chau) e maquiagem. A ideia que Charlie deseja transmitir a seus alunos é que um texto só tem algum interesse por aquilo que revela de verdadeiro sobre o autor, e não das convenções ou regras de escrita. Aronofsky serve-se de Charlie para optar por uma direção mais próxima do classicismo, que não lhe dará as mesmas glórias do passado. O que faz todo sentido, já que ao longo do filme os personagens passam pelo processo de desnudamento desencadeado por Charlie. O diretor, festejado por seu "Cisne Negro", ficou de fora —a discrição nunca rendeu grandes prêmios. E o formato, de todo modo, se justifica. Para não dizer que abandonou de todo o hábito das inovações inúteis, ele opta desta vez por um formato de tela quase quadrado, 1:1,33. Nos guiamos com frequência por nossos preconceitos, que nos impedem de buscar um pouco mais fundo. E nos guiamos por aparências que nos vedam o acesso aos nossos semelhantes. O peso físico, diga-se, não é menor que o das dores que carrega. No geral, uma personagem passava por esse processo. Charlie parece esperar pouco dos poucos dias de vida que lhe restam.
'Busco nos filmes sonhos e medos em que me reconheço', diz Darren Aronofsky em entrevista sobre seu filme que estreia agora e pelo qual Frazer tenta o Oscar ...
O que o cinema não oferece mais é a chance de a gente se manter underground", pondera Aronofsky. "Samuel, o autor da peça, escreveu o roteiro investindo em metáforas, entre elas a referência à prosa do livro Moby Dick, sempre discutindo conexões afetivas, o que nos leva à ideia de família e, mais do que isso, à percepção de que toda a dinâmica familiar, não importa de qual cultura, é pautada por clichês, seja de desatenção, seja de excessos", argumenta. A morte de seu namorado fez com que ele buscasse um analgésico em guloseimas gordurosas, como asas de frango e pizzas. "Sou um diretor de filmes de baixo orçamento que fala de fraturas emocionais, em busca de medos e sonhos que não são meus, mas nos quais me reconheço", define-se Aronofsky. Com A Baleia, foi uma questão de encontro: ao pensar no elenco, vi em Fraser a sensibilidade adequada ao que eu esperava para a história de alguém cuja vida está parada em um grande oceano. E enquanto discute aceitação e preconceito, ao falar de obesidade mórbida na rotina de um professor gay de redação, o filme sofre acusações de gordofobia (a começar do título) e de carecer de "lugar de fala", ao ter escalado um ator hétero e não obeso para um papel que demandou de horas de maquiagem.
No filme, o ator interpreta Charlie, um professor de inglês que pesa 270 quilos e passa a maior parte do tempo sentado no sofá. Solitário, ele busca se ...
Demorei a encontrar o ator certo, até me deparar com cenas de Brendan e concluir que ele seria a pessoa ideal para desafio. A revista "Entertainment Weekly" compartilhou um time-lapse de parte do processo, mostrando algumas etapas de um trabalho minucioso de maquiagem. No filme, o ator interpreta Charlie, um professor de inglês que pesa 270 quilos e passa a maior parte do tempo sentado no sofá.
A Baleia é um filme dirigido por Darren Aronofsky que coloca uma fat suit no Brendan Fraser. Só que, dessa vez, o objetivo não é fazer rir. Não é “olha lá o ...
O que faz o personagem não querer mostrar a cara para seus alunos ou para o cara que lhe entrega pizzas não é o gênero que o atrai, mas o fato de ele se sentir nojento. Tanto na resenha do livro, que fala que “baleias não têm sentimentos”, até a frequência com que Charlie coloca a culpa de ser como é em suas próprias atitudes e na sua história de vida. Não é assim que esse tipo de história deve ser contada. Não é assim que esse tipo de personagem deve ser abordado. E se sua saúde o limita fisicamente, esta insegurança com a sua aparência é o que realmente faz com que sua vida seja tão sofrida. Eu diria que o problema social é até mais grave do que o de saúde. Já pensou um filme que conta a história de uma pessoa negra lidando com racismo ser chamado de “O Macaco”? A Baleia, o filme, é quase totalmente focado nos problemas de saúde causados pela obesidade de Charlie. E em todos esses casos, é usar um animal para tratar pejorativamente uma pessoa com características fora do que a sociedade considera o “certo”. Não é “olha lá o gordo, que idiota”. Na verdade é “olha lá o gordo, que coitado”. Mas também não vai ter confiança o suficiente para puxar papo com alguém que esteja interessado com um simples “oi, tudo bem?”.
Astro de 'A múmia' é apontado como um dos favoritos ao Oscar de melhor ator.
O filme estreia no Brasil nesta quinta (23).
O que o cinema não oferece mais é a chance de a gente se manter underground", pondera Aronofsky. A forja que me interessa vem de dentro para fora, ou seja, é o mundo interno dos protagonistas, o oceano que mora em Charlie", avisa. "Samuel, o autor da peça, escreveu o roteiro investindo em metáforas, entre elas a referência à prosa do livro 'Moby Dick', sempre discutindo conexões afetivas, o que nos leva à ideia de família e, mais do que isso, à percepção de que toda a dinâmica familiar, não importa de qual cultura, é pautada por clichês, seja de desatenção, seja de excessos", argumenta. "Sou um diretor de filmes de baixo orçamento que fala de fraturas emocionais, em busca de medos e sonhos que não são meus, mas nos quais me reconheço", define-se Aronofsky. Com 'A Baleia', foi uma questão de encontro: ao pensar no elenco, vi em Fraser a sensibilidade adequada ao que eu esperava para a história de alguém cuja vida está parada em um grande oceano. E, enquanto discute aceitação e preconceito ao falar de obesidade mórbida na rotina de um professor gay de redação, o filme sofre acusações de gordofobia (a começar do título) e de carecer de "lugar de fala", ao ter escalado um ator hétero e não obeso para um papel que demandou de horas de maquiagem.
Indicado ao Oscar, o drama aborda temas como saúde mental, educação alimentar e doenças ligadas ao aumento de peso.
“De 30 até 35 é o grau 1, de 35 a 40 se estabelece o grau 2 e de 40 para cima dizemos que é grau 3 ou obesidade severa.” “Preconceito contra obesidade é uma das maneiras de uma pessoa menosprezar a outra. Ao longo de A Baleia, é possível ver que Charlie não recebe visitas e nem mostra o rosto durante as aulas que ministra. “O sedentarismo, a gravidez e até o estresse também podem aumentar o ganho de peso.” “Esse alerta também vai para profissionais de saúde porque quando eles dão algum tipo de bronca no paciente, dão a entender que a perda de peso depende da força de vontade – e não é bem assim. É preciso ressaltar que, quando falamos de perda de peso, isso não quer dizer que a pessoa precisa ser magra. “De 18 a 25 é o que chamamos de normal. Às vezes, de 5 a 10% de redução já faz com que aquela pessoa tenha mais qualidade de vida.” A medida corporal considerada ideal pelos especialistas é calculada a partir do IMC (índice de massa corporal) e o resultado se encaixa em diferentes categorias. A narrativa, ao contrário dos personagens, não é complexa: o protagonista precisa confrontar as escolhas do passado, que envolvem uma filha adolescente (Sadie Sink) e sua ex-mulher (Samantha Morton), ao descobrir que não tem muito tempo de vida. Em A Baleia, ele interpreta Charlie, um professor de literatura com 270 kg que não consegue se mover sozinho e se esconde numa casa pequena, um tanto escura e numa cidade em que a chuva é recorrente. No entanto, essa é uma alusão ao clássico Moby Dick – apaixonado por textos analíticos, o professor é apegado a um trabalho escolar sobre o livro e, ao sentir qualquer crise de saúde, relê essas linhas a fim de se acalmar.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A principal estreia nos cinemas desta semana pós-Carnaval é "A Baleia", longa que conta com um dos favoritos ao Oscar na ...
O ator foi indicado ao Oscar pelo filme em que interpreta um homem com 270 quilos.
A atuação de Fraser tem sido louvada pela crítica e pela audiência, e ele é um dos [favoritos](https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/brendan-fraser-e-indicado-ao-oscar-por-interpretar-homem-com-obesidade-morbida.phtml) para o prêmio de Melhor Ator no Oscar deste ano, que vai acontecer no dia 12 de março. O maquiador diz que Fraser é a pessoa mais querida que ele já conheceu e que confiava no trabalho das próteses, só pedindo que o resultado final fosse respeitoso com pessoas que sofrem de obesidade mórbida. Brendan Fraser, ator conhecido por “A Múmia” e “George, O Rei da Floresta”, foi indicado ao Oscar pelo seu papel em “A baleia”. Além disso, ele passava por um [ator](https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/dura-saga-de-brendan-fraser-em-hollywood.phtml), Adrien Morot, explica que o principal desafio com maquiagem é fazer algo que seja realista e respeitoso, mas que não distraia do personagem. [processo](https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/preparacao-de-brendan-fraser-para-interpretar-um-homem-de-270-kg.phtml) de maquiagem que podia chegar a durar até seis horas por dia.
Indicado pela primeira vez ao prêmio por 'A Baleia', ator se adaptou às mudanças de Hollywood ao longo das décadas.
Nele, o diretor [ Bill ](https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2904200516.htm) [Condon](https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2904200516.htm) usava bem a figura máscula do ator como anteparo à grande atuação de [Ian ](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/01/1733376-homossexual-ian-mckellen-se-diz-solidario-as-minorias-do-oscar.shtml) [McKellen](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/01/1733376-homossexual-ian-mckellen-se-diz-solidario-as-minorias-do-oscar.shtml), [ na pele do diretor James ](https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1506200823.htm) [Whale](https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1506200823.htm), famoso pela direção de "Frankenstein". [ "Deuses e Monstros", de 1998](https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq12039925.htm). Ele ainda estava previsto para ser o vilão [do filme da Batgirl que acabou cancelado](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/08/entenda-por-que-a-warner-cancelou-batgirl-mesmo-com-prejuizo-milionario.shtml), o que indica interesse dos grandes estúdios por seu nome. Mais curioso é que "Crash", em tese sua consagração na indústria por levá-lo a estampar um vencedor do Oscar, serviu de fim simbólico a uma fase prolífica. [ "George, o Rei da Floresta"](https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq06079828.htm), seu primeiro grande sucesso comercial. Adaptado de uma animação, o filme rolava solto [na satirização de Tarzan](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/07/1794024-cheio-de-efeitos-tarzan-e-sinal-da-crise-criativa-de-hollywood.shtml). O ator de 54 anos vem carregado na temporada [por "A Baleia"](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/02/em-a-baleia-aronosky-desnuda-brendan-fraser-e-se-afasta-de-brilharecos.shtml), seu primeiro papel de destaque nos cinemas em mais de dez anos. O sucesso do filme de Stephen Sommers e das duas sequências, produzidas nos anos 2000, foram enormes, sendo os únicos da carreira do ator a passar a marca dos US$ 400 milhões na bilheteria. Mas o sucesso [do filme de Darren Aronofsky,](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/08/darren-aronofsky-de-mae-lanca-pacificado-e-diz-que-bolsonaro-e-nocivo.shtml) que surpreendeu nas bilheterias americanas, demonstra que o artista voltou a ter lugar comercial na cena hollywoodiana. Chama a atenção ainda o bom entrosamento com os colegas de cena. Ou ainda o loser que vende a alma ao diabo, na típica tradição faustiana, apenas para levar a quedinha romântica do trabalho a se apaixonar por ele, tal qual ocorria em "Endiabrado", de 2000. Isso porque seu físico invejável, a estatura alta e o rosto bem angulado de início foram de pouca ajuda.