Por Maíra Figueiredo para cobertura colaborativa da Cine NINJA. Evelyn Wang vivia para a sua família e para a administração de sua lavanderia.
Evelyn Wang vivia para a sua família e para a administração de sua lavanderia. Enquanto é apresentado o mundo paralelo, é nítido ver ou identificar alguns elementos visto como referências a filmes de herói ou animes. Ao alternar ilusão com realidade, causa uma sensação de confusão para quem assiste.
Se relacionarmos as teses de Wolfgang Streeck[1] sobre o adiamento do fim do capitalismo às teses de Frederick Jameson sobre a lógica cultural do ...
O excesso de superficialidades é uma forma que o capitalismo usou para comprar o tempo. Somos uma sociedade em que a imagem vale por si só. No final do filme, ela já não ouve mais o que a fiscal da Receita Federal fala, apenas aceita, como se estivesse chapada de alguma droga. O excesso de informações, de telas, de imagens serve para encararmos o mundo em sua permanência, sem pensar em sua profundidade. Somos até capazes de esquecer a história que há por trás das coisas, sendo condenados a vivê-las. O filme se desenrola na tensão entre a promessa liberal do "indivíduo livre feliz" (seja o que quiser, crie um negócio, com esforço tudo dará certo etc.) e a dificuldade de realização de tal promessa. "O que substitui esses diversos modelos da profundidade é, de modo geral, uma concepção de práticas, discursos e jogos textuais". A "profundidade é substituída pela superfície, ou por múltiplas superfícies".[3] A leitura é simples, a filha representa a vida moderna americana e o pai o atraso chinês. Mas não há uma revolta direta do sonhador liberal contra o Estado que supostamente só atrapalha. Ela vive entre seu marido, que parece ser um conformista, e sua filha que se revela gay, mas que não pode demostrar sua orientação sexual para o avô, um troglodita chinês. Contudo, o filme parece querer nos ensinar a conviver com as nossas crises (geradas pela crise do capital).
História sobre família de imigrantes chineses tentando ganhar a vida nos Estados Unidos tem elementos de drama, comédia e ficção científica (foto: Diamond ...
A frase de Waymond em certa altura do filme vai ao encontro com o sentimento em torno da campanha de Quan neste Oscar. E uma vitória para Quan neste domingo é o melhor exemplo de redenção que Hollywood pode fazer. Foi em 11 de março de 2022 que “Tudo ao mesmo tempo” teve sua première no South by Southwest, festival em Austin. Maior base de dados mundial do cinema, o Internet Movie Database (IMDb) elenca 336 vitórias para o longa. Independentemente do resultado do Oscar, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” já fez história. O longa-metragem de Dan Kwan e Daniel Scheinert é o 25º filme que recebeu 11 indicações nos 95 anos do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Filme adiciona peso moral e apostas humanas à ideia de multiverso, onipresente na cultura pop contemporânea.
Algo no longa remete à estrofe final do poema "Dover Beach", de Matthew Arnold, que apresenta a ideia de que "sejamos verdadeiros/ um para o outro!" Mas acontece que ela também é apenas uma versão de si mesma, uma versão particularmente frustrada dentro de uma vasta gama de universos e linhas do tempo. As velhas histórias, seja de Helena de Troia ou Kal-El de Krypton, recomeçam infinitamente porque nenhuma nova história pode ser imaginada, então "tanto o público quanto os artistas olham para trás, para as lendas favoritas de uma era de ouro passada", diz Klavan. Esses são filmes de jornada, arcos narrativos tradicionais com altos riscos ligados a cada escolha pessoal, cada gesto artístico e manobra de caça a jato. Agora, a solução foi adotada por filmes da Marvel e afins, mas levando-se ainda mais a sério. Suspeito que esteja ligado às ambições filosóficas do filme, sua tentativa de adicionar algum peso moral e apostas humanas a um dos conceitos mais curiosos de nosso tempo: a ideia do multiverso. Em uma linha do tempo pateta, todos têm os dedos substituídos por salsichas molengas. O surgimento de haters online, agora que parece provável que ganhe a estatueta de ouro, é mais inevitável. Ele tem uma mistura de estilos não encontrada em muitos outros filmes –palhaçadas e piadas grosseiras num momento, drama familiar terno no próximo, violência coreografada no seguinte. E para aqueles que não se apaixonaram, como eu, a pura paixão pode parecer um pouco misteriosa. [Michelle ](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/01/michelle-yeoh-se-torna-a-1o-asiatica-indicada-ao-oscar-de-melhor-atriz.shtml) [Yeoh](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/01/michelle-yeoh-se-torna-a-1o-asiatica-indicada-ao-oscar-de-melhor-atriz.shtml), é uma empresária imigrante trabalhadora que luta com um casamento fracassado, seus impostos e sua filha. [Oscar](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/oscar/) de melhor filme neste fim de semana não é o melhor ou mesmo o segundo melhor filme entre os indicados —esses seriam " [Tár](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/01/tar-fala-sobre-poder-e-entrega-melhor-atuacao-de-cate-blanchett.shtml)" e " [Top Gun: ](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/05/top-gun-maverick-faz-ode-a-testosterona-e-acena-ao-feminismo.shtml) [Maverick](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/05/top-gun-maverick-faz-ode-a-testosterona-e-acena-ao-feminismo.shtml)", respectivamente–, mas sim um filme que um número notável de pessoas simplesmente amou com paixão: " [Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/06/tudo-em-todo-lugar-ao-mesmo-tempo-e-amavel-com-multiverso-frenetico.shtml)".
Por Clayton Zóccoli para cobertura colaborativa da Cine NINJA. A edição 2023 do Oscar trouxe algumas surpresas bem vindas. Claro que hoje já não é tanta ...
Mas ver filmes como os dois que foram o foco dessa matéria serem sucessos de bilheteria e serem indicados e prestigiados no Oscar, mostra que ainda há um mercado para filmes mais artísticos e conceituais, que geram discussões e nos fazem sair do cinema com muito no que pensar. Já Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo segue o caminho oposto, com diversos cenários diferentes, com realidades diferente e diversos personagens, desde os protagonistas até os coadjuvantes, com papéis bem claros que se integram ao roteiro, não deixando nada gratuito ou aleatório, embora o filme tente te fazer acreditar que é. Em diversas entrevistas, Quan relata que não foi fácil se afastar de atuações e que sentia que ninguém o queria como ator. Esse retorno, vindo em um personagem que luta com uma depressão profunda e ainda se mantém otimista de certa forma, parece cair como uma luva para Fraser. Há quem diga que a volta de um clássico como Top Gun chame atenção, mas com certeza os maiores retornos desta edição são dos atores Brendan Fraser e Ke Huy Quan. Mas em compensação, a maquiagem de Brendan Fraser, cujo tempo mais rápido que a equipe do filme chegou a demorar para aplicá-la foi de 3 horas e meia, provavelmente consumiu boa parte de orçamento.
Com Os Fabelmans (que disputa sete Oscar), o diretor de A lista de Schindler trata da juventude dele e venceu prêmios Globo de Ouro de melhor filme e direção.
Na primeira disputa como produtores e autores do roteiro original, Daniel Kwan e Daniel Scheinert (de Tudo em todo lugar ao mesmo tempo) podem se ver consagrados como cineastas, no segundo filme conjunto, depois de Um cadáver para sobreviver (2016). Para além dos estrondos visuais (o indicado a melhor filme Avatar: o caminho da água tem tudo para vencer o Oscar de efeitos visuais, enquanto Babilônia deve faturar pelo desenho de produção), o Oscar deve consagrar filmes que recriam obras literárias. Com Os Fabelmans (que disputa sete Oscar), o diretor de A lista de Schindler trata da juventude dele e venceu prêmios Globo de Ouro de melhor filme e direção. No papel de virtual oponente de Fraser, na festa, Austin Butler, que vive o icônico Elvis do filme de Baz Luhrmann (concorrente em oito categorias) venceu o importante Co-estrela de Pantera Negra: Wakanda para sempre (filme que trará Rihanna para o palco para entoar Lift me up), Vencedor do Independent Spirit Awards e do Globo de Ouro de comédia, Tudo em todo lugar ao mesmo tempo puxa parte das disputas mais acirradas: a de melhor atriz, a ser decidida entre a malaia, estrela de filmes de Hong-Kong, Michelle Yeoh e a atriz que protagoniza Tár (filme com seis indicações), Cate Blanchett, capaz de integrar o seleto time de três vencedoras de três Oscar (cada) Frances McDormand, Ingrid Bergman e Meryl Streep. Mas, o Oscar de atriz é um caso à parte, pela projeção de Michelle Yeoh, atriz de filmes de Ang Lee e Luc Besson, e que despontou em sucessos como Podres de ricos (2018) e Shang-Chi e a lenda dos dez aneis (2021). Ngor (cambojano), Miyoshi Umeki (japonesa) e a sul-coreana Yuh-Jung Youn. O ator coadjuvante vietnamita (filho de chineses) Ke Huy Quan (da saga Indiana Jones e visto ainda criança em Os Goonies) agarrou a chance dada 20 anos depois de uma carreira estagnada, e deve levar o Oscar. Este 2023 traz o Oscar que afugenta por uma década o astro Will Smith da festa (depois do notório soco desferido no ano passado), um Oscar que deve abrir caminho para premiações de uma linguagem amplamente consumida pelo público — a dos filmes de super-heróis, e mais: é a festa da representação asiática, com a expectativa de premiações para atores do recordista de indicações, Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo, candidato a 11 estatuetas. Estreante na categoria de roteiro original, Steven Spielberg (Os Fabelmans) crava a 12ª possibilidade como produtor, e ainda tem ampla chance de vitória na nona indicação pela direção (igualada a feito de Martin Scorsese) do filme mais pessoal dele. A 95ª edição do Oscar — com transmissão, hoje, na TNT e HBO Max, às 21h — estabelece retornos, mas igualmente abre caminhos para uma corrente de estreantes.
Pois bem, “A Baleia“ é um filme piegas, cujo protagonista, Brendan Fraser, é o maior indicado ao Oscar de melhor ator em 2023. Ele teve peito para engordar ...
Pois bem, “A Baleia“ é um filme piegas, cujo protagonista, Brendan Fraser, é o maior indicado ao Oscar de melhor ator em 2023. O Filme é Destaque no Oscar com 11 indicações. A história é a seguinte: ontem em uma tacada só vi dois filmes indicados ao Oscar 2023.
Site aponta que “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” superou “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” e agora detém o posto de filme mais premiado de todos os ...
A expectativa do elenco e dos fãs de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” é que a noite da premiação alargue ainda mais a distância entre o filme e o “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, o firmando no posto de filme mais premiado de todos os tempos. O Oscar 2023 acontece neste domingo (12), a partir das 21h, no horário de Brasília. A constatação foi feita com base em pesquisa realizada pelo próprio site.
Em todas as linhas temporais, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” se tornou o filme com o maior número de prêmios da história. Segundo os cálculos do IGN, ...
Outra ressalva importante é que, desde o lançamento de “O Retorno do Rei”, toda uma nova série de organizações, círculos críticos e sites começaram a distribuir seus próprios prêmios para filmes. Ainda assim, algumas ressalvas precisam ser feitas, pois o cálculo leva em conta apenas grandes organizações críticas e prêmios pré-Oscar. Se todas as indicações e prêmios fossem contados, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” ainda venceria “O Retorno do Rei” em prêmios e indicações (336 prêmios e 691 indicações contra 213 prêmios e 337 indicações).